BELEZA NATURAL

quinta-feira, 23 de junho de 2011

PELE E A PRODUÇÃO DE MELANINA

É na junção dermo-epidermica que podemos observar a presença de cones arredondados chamados de papilas dérmicas, são elas as responsáveis pela amarração entre derme e epiderme que apresenta-se como linha ondulada, cheia de depressões que só podem ser vistas ao microscópio óptico.

A epiderme pode ser definida como um epitélio estratificado pavimentoso formado principalmente por queratinócitos. São chamados assim pois produzem uma substância de alta resistência, a queratina, esta preenche as células superficiais formando assim a camada córnea.

Os melanócitos representam cerca de 13% das células encontradas na epiderme, é uma célula que tem por função a produção de melanina, pigmento que dá cor à pele. Estão presentes na epiderme, nos foliculos pilosos e nos olhos.

O aminoácido tirosina em presença da enzima tirosinase dá origem a melanina, após complexas e numerosas reações químicas que ocorrem nos melonossomas. Esse processo recebe o nome de Melanogênese, é caracterizado pela fabricação e distribuição das melaninas na epiderme e nos pêlos. A produção de melanina se dá em três etapas: a síntese da tirosinase que se dá através da ação os ribossomas, do retículo endoplasmático e do complexo de Golgi, em seguida ocorre a formação dos melanossomas que surge a partir dp complexo de Golgi e a terceira etapa é produção de melanina no interior dos melanossomas. A síntese da melanina ocorre à partir da oxidação da tirosina pela tirosina levando a formação de DOPA, e depois a um composto chamado DOPAQUINONA.

A melanina é uma molécula complexa, que dá pigmento a pele e aos pêlos. Existem dois tipos de melanina: a eumelanina e a feomelanina. Ambos os tipos estão presentes em todos os individuos e que conferem as mais diversas nuances nos tom da pele.

Os grãos de pigmentos produzidos no processo da melanogênese são distribuidos aos queratinócitos proximos através de seus dendritos, um melanócito pode conferir pigmento a aproximadamente 36 queratinócitos vizinhos. Em individuos de pele clara enquanto o queratinócito migra para as camadas mais externas os melanossomas vão se desintegrando, já nos individuos de pele escura esse processo não ocorre, mesmo nas camadas mais superficiais pode-se observar a presença de dos melanossomas.

A raça de um indivíduo é geralmente identificada pela cor da pele, mesmo antes de levar em consideração outras caracteristicas como forma do nariz ou os olhos.

"A pigmentação constitutiva da pele é genéricamente programada para cada individuo: é a quantidade e a qualidade da melanina produzida que determina o largo espectro das cores observadas, sabendo-se que entre a sueca mais clara possível e a africana mais negra, só há alguns miligramas de melanina de diferença..."

A pigmentação adaptativa é aquela que surge através do bronzeamento da pele, como dispositivo eficaz contra os raios UV, nessa exposição não haverá modificação com relação a qualidade da melanina e sim na quantidade produzida.

A PELE NEGRA

As únicas diferenças em relação da pele negra com a branca está situada na epiderme e nos anexos, sendo que na derme e na hipoderme não se encontraram diferenças, não importando a raça. A camada córnea é identica à das peles brancas, porém o número de camadas na pele negra é maior, provavelmente por ser mais compacta e possuir maior adesão entre os corneócitos. A descamação no individuo melanodermico é duas vezes maior, com relação a pigmentação da pele os individuos negros e brancos possuem a mesma quantidade de melanócitos. Nos brancos a função do melanócito é diminuida, principalmente quando não há exposição ao sol e produzem melanossomas de tamanho pequeno que ficam reunidos no interior dos queratinócitos e são degradados antes de chegarem as áreas mais superficiais, já os individuos negros produzem melanócitos constantemente, havendo ou não exposição solar, possuem melanossomas duas vezes maiores, e que estão dispersos individualmente e não em grupo, produzem predominantemente eumelaninas, que chegam a camada córnea intactos.

Na fisiologia da pele entre negros e brancos existem algumas diferenças com relação a absorção cutânea, na prática a pele negra demonstra menos permeabilidade em relação a certas moléculas, a perda de agua é maior no negro que no branco, na pele negra a proteção contra os UV é maxima na epiderme. A melanina é a principal responsável pela fotoproteção em individuos de pele negra, diminuinido muito a ocorrência de câncer de pele nestes indivíduos, no entanto com relação ao sistema imunologico os efeitos do UV são identicos em ambos os indivíduos.

PEYREFITTE, Gérard; MARTINI, Marie-Claude; CHIVOT, Martine. Cosmetologia, Biologia Geral e Biologia da pele. 2 ed. São Paulo: Organização Andrei, 1998.

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